Sua cara de sono
E cabelos curtos
Pálida e sem dono
Belos olhos negros
Reflexo Virtual
No reflexo do monitor
O medo diário acanhado
É o ódio refletido da dor
Anônimos sadios e perfeitos
Com complexo de mau perdedor
Rapsódia da mulher que amo
Blasfêmia considerável, mas não em vaidade
Desgastou minha anatomia consumida de apatia
Sua humanidade tornou-se meu centro de gravidade
Numa certa luz
Numa certa luz,
Você parece com o paraíso
E quando o ar do verão
Dança pelo seu cabelo
Faz-me pensar no Éden
Nostalgia saudável
Temos idos à lugares onde em árvores não mais existem folhas,
Onde pássaros não estão a cantar pela sua vida tomada.
O destino levou todas as folhas, todas as vezes,
Todas as músicas, de minha vida.
Inquietude poética
A poesia é a forma como você olha pro mundo
Mas não como a sombra do cotidiano,
Esse ângulo gasto e imundo
É cheio de energia e de engano!
Descarga
Tem um problema grave em esquecer a descarga
E essa ação eu exijo
Pois nesse banheiro e nessa privada
não me disponho a ver o seu mijo
Choro mesmo
Por que me coíbem de chorar?
Dizem que homem não chora
Acrobatas Esquecidos
A vida não é justa
Alguns desfilam em tapetes
Vermelhos e aveludados, de maneira confortável
Outros correm pela sobrevivência
Em cordas bambas finas como fio dental